Na passada reunião pública do executivo da Câmara de Castelo Branco, 15 de novembro, o Sempre – Movimento Independente (MI) levou a votação uma moção de “Apoio ao comércio local e de proximidade”, reprovada por três votos contra do Partido Socialista (PS) e uma abstenção do Partido Social Democrata (PSD), comunicou o Sempre. A moção sugeria a elaboração de um plano de ação para a “transformação digital em favor do comércio tradicional” até ao final deste ano.
A moção recupera o facto de Castelo Branco ter falhado na aprovação da candidatura ao projeto Bairros Comerciais Digitais. A iniciativa integra o Programa “Comércio Digital” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), gerido pela Direção-Geral de Atividades Económicas (DGAE).
O Município albicastrense viu reprovada a proposta de Bairro Comercial Digital, que previa o investimento total de 1,8 milhão de euros, em uma área de 54 ha com 246 estabelecimentos, após manifestar interesse, em conjunto com associações de desenvolvimento, empresariais e comerciais (ALAD, AHRESP, AEBB e ACICB), em 2022, conforme consta no portal da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI).
O executivo albicastrense deixou de promover iniciativas para apoiar a digitalização do comércio, “apesar de ter referido que tal iria acontecer mesmo sem a candidatura aprovada”, lê-se na moção. O partido de oposição referiu que “o presidente votou contra o cumprimento das suas próprias promessas” ao votar contra a moção.
O objetivo da moção era o desenvolvimento de “medidas com vista a apoiar o comércio local a enfrentar os desafios da transformação digital”, para “minimizar os impactos e reinventar as relações comerciais para que se adequem às novas dinâmicas”.
Entre as medidas sugeridas, no âmbito “de iniciativas associadas a Bairros Comerciais Digitais”, incluem-se: maior digitalização dos processos de negócios, articulação com associações empresariais no âmbito do Programa ACELERAR 2030, criação de plataformas de monitorização de dados para apoiar decisões, renovação de espaços urbanos para aumentar atratividade das zonas comerciais e melhorar as informações ao consumidor, além de melhorias na divulgação da oferta de produtos e serviços e reforço nas estruturas de entregas e wi-fi.
Pretendia-se, assim, “criar um ambiente tecnológico avançado que envolva o comércio local e simultaneamente ambicionar que a experiência de consumo em Castelo Branco possa, por exemplo, ser integrada com a oferta turística e cultural da cidade”, lê-se na moção.