O Partido Social Democrata opõe-se “à forma como o Partido Socialista tem vindo a orientar e a gerir o erário público”, segundo o comunicado enviado no mesmo dia em que a Assembleia Municipal aprovou a prestação de contas do ano de 2023, 29 de abril.
A Comissão Política de Secção do PSD de Castelo Branco critica a execução orçamental comemorada pelo Partido Socialista, dizendo que esta “privilegia as despesas correntes em vez de apostar no investimento”, e o prejuízo de 9 milhões de euros em 2023, ressaltando que “em dois anos sucessivos as contas da Câmara Municipal vêm apresentando prejuízos”.
Os dados apresentados no comunicado do PSD revelam que a execução orçamental fixou-se “em 76% nas despesas correntes”, referentes aos gastos em bens e serviços, como despesas com pessoal, consumo intermédio, prestações sociais, subsídios e juros.
Já as despesas capitais, referentes a subsídios e despesas de investimento, obtiveram “50% de execução orçamental e apenas 68% do valor previsto de investimento nas Grandes Opções do Plano”, refere o PSD em nota.
Segundo os sociais-democratas, os números não justificam o entusiasmo do Partido Socialista, que exaltou os resultados de 2023 com a “mais alta taxa de execução orçamental do mandato”.
A comissão do PSD afirma ainda que “o Município empobreceu, isto é, perdeu de 2022 para 2023 um valor substancial de 24 milhões de euros”. O que, segundo o partido, “denota uma gestão deficitária e com uma visão muito pouco ambiciosa para o Município”.
As reclamações estendem-se a fatores de “falta de transparência nas contas e na prestação das mesmas”, devido ao pouco “tempo para analisar e pedir esclarecimentos antes da aprovação”. Na visão do PSD, a postura do executivo socialista é de evitar “se sujeitar ao escrutínio dos munícipes através da sua representação indireta, por via das forças de oposição eleitas democraticamente”.
Na quinta-feira, três dias após divulgar a nota em oposição à prestação de contas de 2023 do mandato do PS, a Comissão Política do PSD de Castelo Branco, através do presidente Pedro Lopes, retirou a confiança política a João Belém, o único vereador eleito pelos sociais-democratas na atual composição do executivo da Câmara.
O vereador João Belém absteve-se na votação que aprovou o relatório de contas do Município de 2023 no dia 19 de abril, enquanto o PSD distancia-se politicamente da visão do mesmo.