Pedro Lopes demitiu-se do cargo de presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Social Democrata (PSD) de Castelo Branco por “divergências estratégicas” na escolha dos candidatos às eleições autárquicas de 2025. Pedro Lopes acusa o presidente da Comissão Política Distrital, Manuel Frexes, de “clara extrapolação das suas funções” ao assumir “conversações e diálogos com outros partidos”.
O ex-presidente da Concelhia do PSD manifestou “total desagrado” com o facto da candidatura aos órgãos das autarquias locais e o programa eleitoral terem sido decididos sem o parecer da Comissão Política Concelhia, contrariando os estatutos, regulamentos e as estruturas do partido, comunicou Pedro Lopes na sexta-feira, dia 6 de dezembro.
“À semelhança do ocorrido aquando das eleições autárquicas de 2021 – quando o PSD de Castelo Branco obteve o pior resultado da sua história – candidatos e programas eleitorais estão, novamente, a ser impostos pela Comissão Política Distrital em articulação com a Comissão Política Nacional”, denunciou o ex-presidente da concelhia do PSD.
Manuel Frexes falou em nome da Concelhia de Castelo Branco “sem nunca, tal como se impunha, ter falado ou articulado” com Pedro Lopes, presidente da referida comissão política. “O único envolvimento da Comissão Política Concelhia no processo das eleições autárquicas remete-se a três reuniões iniciais”, explicou o ex-presidente da concelhia em comunicado.
“Após estes encontros iniciais, o presidente da Comissão Política Distrital, em articulação com o Sempre – Movimento Independente (MI) e o Coordenador Autárquico Nacional do PSD assumiram o processo, arredando a Comissão Política Concelhia”, declarou Pedro Lopes.
Os encontros com o Sempre – Movimento Independente, CDS/PP e com a Iniciativa Liberal (IL), entre julho e agosto, “visaram, única e exclusivamente, auscultar as opiniões e posicionamento destes partidos, face aos muitos problemas observados na cidade de Castelo Branco”, reforçou o ex-presidente que se sentiu prejudicado.
Quando assumiu a presidência da Comissão Política Concelhia pela primeira vez, em julho de 2022, Pedro Lopes estava ciente do desafio que se impunha: “onde eleitos e estrutura política não dialogavam e os resultados não nos eram favoráveis”.
No primeiro mandato à frente da Concelhia do PSD, Pedro Lopes disse que, em trabalho com a própria equipa, conseguiu “revitalizar o partido, recuperar militantes, envolver militantes e trazer novos militantes”, invertendo “o estado em que a estrutura concelhia se encontrava”.
Na perspetiva do ex-presidente da concelhia, a estrutura local está “mais dinâmica e competente, com maior capacidade de resposta e de atuação”. No entanto, o segundo mandato de Pedro Lopes na presidência da Comissão Política da Concelhia do PSD de Castelo Branco encerrou-se após menos de um mês da reeleição.
Pedro Lopes lamentou a própria demissão e justificou: “não estou disponível para compactuar com atropelos à estipulação estatutária, com o desrespeito a órgãos locais nem, sobretudo, com a falta de compromisso com o concelho e o seu futuro político”.
Ao demitir-se da Concelhia, Pedro Lopes demonstrou-se inabalável face aos próprios “princípios e valores”, e declarou que não irá desonrar “os compromissos que assumiu perante os militantes do partido”, quando foi reeleito como presidente da Comissão Política da Secção de Castelo Branco em 12 de outubro deste ano.
“Não esqueço quem comigo esteve e a todos agradeço o empenho, dedicação e lealdade, reservando para o futuro a análise das consequências das ações promovidas pela atual Comissão Política Distrital do PSD de Castelo Branco”, encerrou a direcionar a crítica a Manuel Frexes.