As madrugadas em Lisboa andam acaloradas, mesmo tendo em conta a baixa da temperatura ambiente dos últimos dias… Várias viaturas e caixotes de lixo foram incendiados em vários bairros da cidade de Lisboa. Uma pessoa foi detida e outra identificada na sequência desses tumultos. Segundo a PSP foram incendiados 13 veículos ligeiros, cinco motas, sete caixotes do lixo e um sofá. Os tumultos provocaram ainda danos em três fachadas de edifícios e o bloqueio de uma artéria com mobiliário urbano. Os incidentes ocorreram designadamente nos concelhos do Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira, sendo que o grosso se concentrou numa só ocorrência na freguesia de Benfica. Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados até autocarros, automóveis e caixotes do lixo. A PSP registou 123 ocorrências, deteve 21 cidadãos e identificou outros 19. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade. A desordem pública aconteceu na sequência da morte de Odair Moniz, de 43 anos, na madrugada de segunda-feira, quando o homem foi baleado por um agente da PSP. Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los”. A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP, como é normal, abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido (sendo arguido, poderá ter o seu direito de defesa). E porque foram afinal os protestos? Qual a finalidade? Acaso se Odair tem obedecido à ordem de paragem, dada pela PSP, não estaria vivo? Acaso alguém consegue achar, que o agente policial atirou propositadamente? Claro que não! Isso é algo sem qualquer sentido! Se teve, digamos, “má pontaria” e acertou onde não deveria…isso já será outra história e para isso o caso está a ser devidamente investigado. Mas o que se tem visto a ser alegado, sempre por parte de uma determinada “fação” digamos assim, é que teria havido racismo envolvido…E digo eu: – Racismo?!?!? Porquê??? Ainda na minha última crónica me debrucei sobre esse assunto e sobre a quem poderá eventualmente “interessar” que haja fraturas e divisões na sociedade…parece que já era uma premonição do que por aí vinha! Se Odair era um ser exemplar da sociedade? Os antecedentes criminais de Odair. um homem que cumpriu pena por assalto à mão armada e por tráfico de droga…não demonstram que fosse assim tão exemplar no comportamento… Se merecia morrer por isso? Claro que não!!! E a pena de morte já não existe há muito em Portugal! Se se tratou de racismo, como alguns apregoam? Digo um rotundo não! A polícia estava a fazer o seu trabalho! Apenas foi uma situação que não correu pelo melhor! Se se justificam todos os tumultos posteriores, “incendiados” pelos “mesmos de sempre” (fica ao critério de cada um, dizer quem sejam, embora creio que não seja difícil dar uns palpites…), claro que não se justificam! Deixem a justiça funcionar e a polícia fazer o seu trabalho, para bem de toda a sociedade! Se queremos respeito, também deveremos saber respeitar, principalmente as autoridades!
Termino parafraseando um texto, que me apareceu numa partilha de um grupo do Whatsapp e que creio resumir bem os tempos atuais:
– “São gravíssimas as minhas deficiências: Eu nasci branco, e quem nasce branco já é considerado racista, mesmo não sendo. Nasci em uma família pobre, mas trabalhadora, então eu sou burguês. Estudei com afinco e seriedade. Venci pelo meus próprios meios, sem roubar, nem trapacear ninguém. Não voto para esquerda, o que me torna fascista. Sou heterossexual, o que me torna um homofóbico. Valorizo minha identidade e minha cultura, o que me torna um xenófobo.
Acredito que o macho e a fêmea da espécie Homo Sapiens foram, na maioria das vezes, grandes parceiros e mutuamente responsáveis pelo sucesso da espécie, o que me torna misógino.
Eu gostaria de viver em segurança e ver criminosos na prisão, o que me torna um torturador.
Quero que respeitem minha maneira de pensar e minhas crenças e não me façam pensar que o anormal é normalmente relativo, o que me transforma em um repressor.
Penso que os subsídios acabam com o esforço de trabalhar e minam a dignidade das pessoas por isso sou insensível. Acredito que cada um deve ser recompensado de acordo com sua produtividade, mérito e capacidade, o que me torna um egoísta anti-social. Eu fui educado em valores e princípios, o que me torna um oponente do bem-estar social. Acredito em Deus, logo, sou um fundamentalista religioso. Creio que as vítimas dos violadores, ladrões, etc, deveriam ser indemnizadas pelo Estado e os culpados presos, pagassem pela dívida, não tivessem auxílio financeiro, indulto para ir para casa, habeas corpus, pulseiras eletrónicas, mas trabalhassem para pagar suas custódias, sua roupa, água, luz e comida. Então, sou considerado preconceituoso e contrário aos Direitos Humanos. Esta é uma pequena e breve revisão da minha “má reputação.” Mas, pelo menos, tenho certeza de que somos vários. Da maneira que as coisas andam, ser um cidadão de bem será considerado crime. Agradeço a todos os meus amigos e conhecidos que ainda se atrevem a relacionar-se comigo apesar de todas as minhas falhas.” (Autor desconhecido).
Nuno Duarte M. Figuinha