Orçamento de 2025: Promessas de campanha não se cumprem em 9 meses, acusa a oposição

“O facto de ter propagandeado o orçamento da Câmara para 2025 como o orçamento da concretização, mostra que não concretizou nada e que, além disso, não cumpriu com todas as promessas que fez aos albicastrenses”, reagiu o Sempre – Movimento Independente (MI) ao anúncio da autarquia, após a aprovação pelo atual executivo do mais alto valor ao orçamento municipal.

O valor global de 80 milhões de euros, previsto para a execução de obras e projetos, assim como para as despesas correntes em 2025, “representa os últimos nove meses do mandato e não 12 meses, dado que as eleições serão em finais de setembro”, enfatizou Luís Correia em conferência de imprensa nesta terça-feira, 10 de dezembro.

O Sempre MI citou algumas das promessas feitas pelo presidente da Câmara ao longo do mandato para dizer que, “mesmo começando em 2025, ficará por concretizar quase cem por cento”. A descredibilidade do anúncio de um “orçamento de concretização” deve-se ao facto de Leopoldo Rodrigues ter anunciado obras “que repetidamente foram tendo concretizações de zero por cento nos outros três orçamentos”, explicou Luís Correia.

Uma das concretizações previstas para o próximo ano é o concurso de ideias para o Vale da Europa. Apesar de considerar exagerado caracterizar esta como uma ação de “concretização”, Luís Correia criticou o retorno do concurso que “tinha sido aberto no mandato anterior” e foi anulado pela atual gestão logo ao início do mandato.

“Veja-se que o executivo do PS demorou um mandato só para abrir um concurso de ideias. E ainda se fala num orçamento da concretização”, pontuou o vereador do Sempre MI.

“Anúncio não é sinónimo de concretização”, alertou Luís Correia, que considera o orçamento de concretização como “mais um anúncio sem substância” e “uma tentativa de iludir as pessoas”.

Na prática, os nove últimos meses desta gestão vão ser insuficientes para concluir a Escola de Chefes, o edifício de habitação no bairro da Carapalha, o pavilhão multiusos e a barragem do Barbaído, afirmou o vereador do Sempre MI.

“A Escola de Chefes ainda não começou, alguém acredita que uma obra de três milhões de euros seja concretizada em nove meses?! Isto não é iludir?!”, questionou Luís Correia. De igual maneira, o pavilhão multiusos está em fase de concurso público para elaboração do projeto, que, provavelmente, estará concluído daqui a “seis meses dos nove meses que este orçamento vai usar” e a Barragem do Barbaído “nem projeto ainda começou a fazer”, apontou o vereador.

Os exemplos de projetos anunciados que ficaram por concretizar resumem-se na afirmação feita pela autarquia ao anunciar o “orçamento de concretização”: “Estivemos três anos a preparar projetos”. Tal afirmação, para o Sempre MI, “é a demonstração de que não cumpriu com o prometido”.

“O senhor presidente pode encomendar uma lona com a frase ‘Não cumprimos’”, atacou Luís Correia. Para o SEMPRE MI, o slogan “Novo impulso”, utilizado pelo Partido Socialista (PS) na última eleição autárquica, deveria ser substituído por “Não cumprimos”.

Para o vereador Jorge Pio, “a Escola de Chefes deixa claro a falta de concretização”. “Obra feita não vai haver até ao fim do mandato”, disse a justificar que “os orçamentos são revistos desde o início do ano e as obras andam a ser adiadas de um ano para o outro”. O atual executivo “está a postergar e a enganar os albicastrenses”, declarou o vereador da oposição.

Entre as “muitas evidências de que as promessas não serão cumpridas”, Luís Correia ainda citou a requalificação do bairro do Valongo, a criação do Centro de Interpretação do Queijo em Alcains, da Ecopista Cebolais/ Castelo Branco/ Alcains e das ciclovias em Castelo Branco.

“A promessa de instalar e suportar um multibanco em cada freguesia” também deixou de se concretizar nestes três anos, sendo que apenas algumas Juntas de Freguesia conseguiram instalar o caixa automático por esforço próprio, declarou Luís Correia.

“O PS ganhou a eleição a prometer 500 empregos e 250 novas famílias no bairro do Castelo”, mas, na Zona História, “há apenas quatro casas a serem requalificadas das 250 prometidas”, destacou o vereador do Sempre MI e ex-autarca de Castelo Branco.

Os vereadores referiram-se ainda à notícia “Moinho Velho acolhe centros para saúde mental, migrantes e associativismo”, que se provou inverídica. O anúncio feito pelo presidente da Câmara “com pompa e circunstância” em junho deste ano, num jornal local, “até hoje não foi concretizado”, concluiu o Sempre MI.

Por fim, o partido de oposição afirmou que “concretização é mesmo a palavra que o executivo do PS não pode utilizar. No fim deste mandato, pela verdade, deviam antes dizer aos albicastrenses ‘não cumprimos’. Andarmos de anúncio em anúncio, não significa concretizar. Um mandato de não concretização, é adiar Castelo Branco”.

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