Orçamento de 2024 aumenta sem avançar com obras previstas em Castelo Branco

O município de Castelo Branco aumentou de 68 para 80 milhões de euros os custos, a partir da aprovação de duas revisões das Grandes Opções do Plano e Orçamento do Ano de 2024, na última assembleia de 28 de junho, sendo que 15% dos investimentos previstos foram executados até ao meio do ano.

Antes da revisão, as despesas correntes constituíam cerca de 65% do orçamento deste ano, agora aumentaram quase 10%. Para Jorge Pio, vereador do SEMPRE Movimento Independente, “o executivo gasta substancialmente nas despesas do dia a dia, tem boa execução corrente, mas pouca execução de investimento estrutural”, em conferência de imprensa realizada no dia 5 de julho.

O SEMPRE MI apontou a necessidade de revisão do orçamento de 2024 à época da aprovação, tendo votado contra a aprovação. O deputado António Ramalho relembrou na passada assembleia, que “as despesas correntes, de facto, estavam sub orçamentadas e o fraco orçamento de investimento teima em não passar do papel, não se concretizando nas obras previstas”.

As chamadas despesas correntes são despesas fixas com pessoal, aquisição de bens e serviços, subsídios, entre outras, que “o próximo mandato terá que assumir” e “todos nós vamos pagar”, alerta o vereador do SEMPRE MI, Luís Correia.

O Plano Plurianual de Investimentos de 2024, que contempla os investimentos diretamente desenvolvidos pelo Município de Castelo Branco, tem 4 milhões de euros executados dos mais de 30 milhões, contrariando a expectativa de execução e investimento expressa pelo presidente da Câmara de Castelo Branco, ao apresentar o orçamento deste ano, sublinhou Jorge Pio.

Até o momento, não há obras adjudicadas que possam ser iniciadas para acelerar a execução orçamentária. Segundo Jorge Pio, o “novo impulso dá lugar à estagnação” referindo-se ao slogan do Partido Socialista em Castelo Branco. 

O vereador do SEMPRE – Movimento Independente (MI), Luís Correia, afirma não ser “tolerável” que propostas como a Academia de Futebol, os Bairros Comerciais Digitais, a Escola de Chefs e a ecopista entre Cebolais de Cima e Alcains não tenham os projetos prontos a menos de um ano do fim do mandato.

“Se tivessem soubessem para onde ir, teriam feito os projetos nos dois primeiros anos para concretizar nestes dois últimos anos de mandato”, aponta o ex-presidente da Câmara de Castelo Branco.

Com o concurso do projeto arquitetónico da Academia de Futebol a ser lançado e o concurso público da Escola de Chefs a receber propostas até ao início deste mês, os membros do SEMPRE – MI concordam que será difícil concluir os projetos em menos de três anos.

Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara de Castelo Branco, assumiu que não há projeto, ao ser questionado sobre a ecopista pela deputada Ana Lourenço (SEMPRE MI), na assembleia de 28 de junho, “mas temos tantos e tão importantes projetos em desenvolvimento que a senhora de certeza que ficará surpreendida quando estiverem todos concretizados”.

O autarca respondeu à deputada, em relação a investimentos e obras, que “se tiver um pouco de atenção àquilo que são as ações da nossa contratação, saberá quantos investimentos é que estão neste momento a ser lançados ou que estão para entrar em obra”, na sessão de sexta-feira, 28 de junho.

Leopoldo Rodrigues destacou também que há obras de desenvolvimento a decorrer no bairro da Carapalha, “uma intervenção grande” nos arruamentos com valor de cerca de 1,4 milhão de euros, conforme anunciado em novembro do ano transato pela Beira Baixa TV, além de uma intervenção promovida dos Serviços Municipalizados de Castelo Branco (SMCB) na rua de Santiago e no largo de São João.

Destilaria de Santo André das Tojeiras

Foto: Construtora Jeronimo Reis e Afonso

O projeto da destilaria de Santo André das Tojeiras, que “deveria ser uma alavanca para a economia local e regional, encontra-se num estado de estagnação”, reclamou o presidente desta Junta de Freguesia e deputado do SEMPRE MI, Luis Andrade. 

Luis Correia, presidente da Câmara na altura em que lançou-se o concurso para a construção da destilaria, afirmou que a obra estava pronta para arrancar quando deixou o cargo.

Em defesa da destilaria, o deputado Luis Andrade, afirmou ser “lamentável que o projeto que tem o potencial de resolver os problemas das pessoas que produzem aguardente, de contribuir para a fixação de população, de criar empregos e de fomentar o crescimento económico esteja completamente parado”.

Questionado sobre a conclusão da obra, Leopoldo Rodrigues, mostrou-se cético quanto à quantidade de postos de trabalhos que seriam criados com a destilaria, durante a assembleia de sexta-feira.

O autarca afirmou, em seguida, que o descarte dos resíduos que resultam da extração da aguardente está a atrasar a obra em Santo André das Tojeiras. A tonelada dos resíduos custa cerca de 72 euros acrescidos de IVA e da deslocação até o aterro específico, o que encareceria os produtos

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *