O Aeródromo Municipal de Castelo Branco foi palco, esta terça-feira, 3 de dezembro, da cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo hangar da TRMK Aeronautics. Trata-se de uma Unidade de Manutenção e Desmantelamento de aeronaves para atender a Dassault Aviation Business Services (DABS), que representa um investimento privado de 1,34 milhões de euros e tem conclusão prevista para maio de 2025.
De acordo com Hugo Oliveira Ribeiro, diretor executivo da TRMK Aeronautics, este projeto “vem mudar o paradigma do sector aeronáutico em Portugal e, em particular, neste concelho”, pois “abre um conjunto de oportunidades a novos fornecedores”, como carpintarias, serralharias, gestão de resíduos, combustíveis, e também oportunidades ligadas à formação, com a realização de estágios, segundo comunicado da Câmara de Castelo Branco.
Desde o início do ano, a TRMK Aeronautics já investiu cerca de 230 mil euros no mercado albicastrense com a aquisição de serviços, alojamentos, refeições e serviços industriais. “Atualmente, o projeto de manutenção e desmantelamento da TRMK opera provisoriamente no hangar do Aeroclube de Castelo Branco”, revelou Hugo Ribeiro ao CB Notícias.
No hangar protocolado entre a Câmara Municipal e o Aeroclube da cidade, estão dois Falcon 900 para serem desmantelados. Devido à limitação das instalações provisórias, a TRMK Aeronautics está a realizar o serviço em um dos aviões a jato, para depois avançar ao próximo.
A construção de uma estrutura própria torna o projeto da TRMK Aeronautics “muito mais eficiente e mais rentável”, explicou Hugo Ribeiro. Com mais de mil metros quadrados de hangaragem e um armazém de 240 metros de área útil, o novo hangar permitirá a manutenção de duas aeronaves, em simultâneo, e a execução de seis projetos ao ano.
Para além do hangar no aeródromo, a TRMK Aeronautics mantém um armazém na Zona Industrial de Castelo Branco, para fornarcer uma maior capacidade logística e de armazenamento e “prestar um serviço de maior qualidade ao nosso cliente, que é a Dassault Aviation”, avançou o diretor executivo.
A empresa escolheu Castelo Branco pela “centralidade geográfica ao nível da Península Ibérica, com autoestrada que facilmente nos liga a Lisboa e a Madrid, as excelentes acessibilidades e a capacidade instalada no Aeródromo”, justificou Hugo Oliveira Ribeiro em comunicado da autarquia.
A posição geográfica e “a encruzilhada positiva de vias de comunicação afirmam Castelo Branco como espaço de excelência para estar, intervir, investir e promover desenvolvimento”, destacou o presidente da Câmara de Castelo Branco.
Contente com o lançamento da primeira pedra do novo hangar, Leopoldo Rodrigues “vê concretizado mais um investimento”, “os albicastrenses veem nascer mais uma empresa que se afirmará e que será motivo de atração de outras empresas”. Esta é uma “nova etapa no desenvolvimento do Aeródromo Municipal”, com os investidores privados a “verem um espaço que lhes permite desenvolver projetos”, completou.
Até então, “todo o investimento feito no Aeródromo Municipal foi por recursos próprios do Município ou por recursos mobilizados pelo Município, mas de financiamento público nacional ou europeu”, referiu Leopoldo Rodrigues, acrescentando que “acredita que o Aeródromo Municipal será, num futuro próximo, extraordinário para o desenvolvimento, atratividade e projeção de Castelo Branco”.
Entre as principais condições que caracterizam o Aeródromo Municipal, o autarca destacou “a pista de aproximadamente 1,5 mil metros, o espaço aéreo pouco saturado e as condições climatéricas que são propícias à realização de voo quase todos os dias do ano”.
Além disso, “a proximidade com a linha de caminho-de-ferro permite criar, a partir deste lugar, um terminal ferroviário para promover um espaço de mercadorias” e “a proximidade da A23 que, acreditamos muito em breve, nos permitirá uma ligação ainda mais rápida a Madrid através da construção do IC31 em perfil de autoestrada” proporciona a atração de turistas.