O IPCB trabalhará com universidades da Alemanha, Suécia, Polónia, Bulgária, Grécia, Albânia, Itália e França para implementar um campus europeu conjunto, sustentável e inclusivo, com “critérios comuns de funcionamento para todas as instituições de ensino superior, que vai possibilitar a estudantes, docentes e investigadores movimentarem-se entre as universidades”, explicou António Fernandes, presidente do IPCB.
“A European University for resilient, sustainable, inclusive and beautiful regions (BAUHAUS4EU)” – “uma Universidade Europeia para regiões resilientes, sustentáveis, inclusivas e bonitas” – foi a candidatura aprovada, no dia 28 de junho, à linha de financiamento UE European Universities (ERASMUS+) de 14 milhões de euros, com duração de quatro anos.
Entre as ações planeadas para os próximos quatro anos, estão “formações lecionadas por mais de uma das universidades da aliança, espaços de criação e cocriação e programas conjuntos de formação”, anunciou António Fernandes.
A Universidade Europeia é composta por 124 mil estudantes e 10 mil colaboradores docentes e não docentes, distribuídos entre as 10 instituições de ensino superior, todas localizadas em zonas interiores e periféricas, próximas a patrimónios classificados pela UNESCO e com a presença de nichos de excelência.
Os territórios onde inserem-se as universidades do campus da BAUHAUS4EU são um elemento de coesão do trabalho que será desenvolvido através de propostas de cursos alinhados com os parceiros regionais e da criação de hubs inovadores.
A expectativa é de que a semelhança entre os territórios crie uma sinergia entre as instituições, pois “havendo problemas comuns, provavelmente vai ser possível encontrar soluções comuns”, prevê o diretor do IPCB. O despovoamento, por exemplo, é um desafio que afeta transversalmente os territórios da nova Universidade Europeia.
A estratégia é conectar as universidades aos parceiros regionais através de plataformas digitais para identificar problemas territoriais e responder a partir de uma estratégia colaborativa, fomentando a participação da academia no ambiente de proximidade.
“O IPCB mostrará determinação e vai ser bastante exigente, mas daqui a quatro anos, ao final das atividades que estão previstas no âmbito desta rede, certamente que o Politécnico e as outras instituições estarão em outro patamar de excelência”, assegurou António Fernandes.
Internacionalização do IPCB
O ingresso do Politécnico de Castelo como membro fundador da BAUHAUS4EU “representa todas as dimensões que são esperadas no âmbito da internacionalização de uma instituição de ensino superior”, afirmou António Fernandes.
O objetivo final da Universidade Europeia materializa-se na criação de diplomas conjuntos. Ana Ferreira, vice-presidente do IPCB, explica que este passo permitirá a “um estudante fazer um percurso em várias instituições de ensino superior e obter um diploma de uma Universidade Europeia, que é a BAUHAUS4EU”.
Apesar de ainda não haver diplomas conjuntos em funcionamento na Europa, a vice-presidente do IPCB afirma que está a ser desenvolvida uma proposta de um programa conjunto em “Turismo Sustentável”
O futuro da Universidade Europeia BAUHAUS4EU é a simplificação do processo de mobilidade, através de uma plataforma integrada que garanta a compatibilidade total entre os campus nos diversos países europeus, avançou Ana Ferreira.
O trabalho não é de hoje
Em 2023, a candidatura “BAUHAUS4EU European University Alliance” obteve o selo de excelência por parte da Comissão Europeia. A candidatura foi distinguida por apresentar qualidade excecional e ultrapassou a classificação necessária para a elegibilidade ao financiamento.
Desde então, o consórcio reforçou a rede com mais 4 instituições de ensino superior, sem descaracterizar o propósito da aliança, alcançando o financiamento total da proposta nesta segunda candidatura aprovada.
“São projetos muito difíceis de se atingir. Este foi o último ano de criação de universidades europeias, a partir de agora só pode existir integração em redes que já existem”, Ana Ferreira.
Desde 2022, o IPCB tem desenvolvido um conjunto de atividades, mesmo sem financiamento. O combustível foi o entusiasmo da equipa, segundo António Fernandes, “ficamos tão entusiasmados pelo excelente resultado obtido na primeira vez que fomos a jogo, conseguimos obter logo um selo de excelência e 84 pontos”.
Peter Benz, presidente da Bauhaus-Universität Weimar – universidade alemã líder da candidatura -, visitou o IPCB no dia 28 de junho. Durante o encontro com o presidente da instituição albicastrense, reconheceu “todo o trabalho que o Politécnico fez”, segundo António Fernandes.
O conselho de gestão da BAUHAUS4EU promoveu diversas reuniões ao longo dos últimos anos, em que estiveram sempre presentes os membros da Comissão de Gestão local, coordenado por Ana Vaz Ferreira, vice-presidente do IPCB e composto pelos docentes Daniel Raposo e João Vasco Neves.
Entre as ações desenvolvidas pelo Politécnico de Castelo Branco, a partir do contributo de três dezenas de colaboradores, estão a marca gráfica e o sítio web da aliança, um curso online, programas intensivos mistos e um programa conjunto em turismo sustentável, além da participação em diversos grupos de trabalho.