Muitos ainda se lembram de quando o, na altura 1º Ministro António Guterres, questionado sobre uma determinada percentagem de um investimento e na dificuldade de resposta certa, respondeu que para saberem o valor, era “fazer as contas… Ora contas deverão agora ser feitas com a tão propalada baixa do IRS anunciada pela AD e que consta efetivamente no atual programa de governo. Basta ver as páginas 35 e 36 onde se explicita a percentagem a que se propõe.
Acontece que a “esquerda”, com a sua habitual “habilidade” de “fazer contas”, só agora “reparou” que neste ano, a referida baixa não seria um valor por aí além em termos práticos… e como a “esquerda” tem estado mais habituada a ver subir impostos, não fez propriamente bem o trabalho de casa ao ver-se confrontada com uma “baixa”, por ligeira que fosse… e vai daí, toca a tentar formar um “caso político”!
Isto só prova de que a literacia financeira é algo que ainda escapa a muitos…
Curiosamente, ainda no passado dia 21 de dezembro, foi reprovado o Projeto de Resolução n.º 952/XV/2 (proposto pela Iniciativa Liberal), que recomendava ao Governo que este desse “a preponderância devida à literacia financeira em contexto escolar”. E qual foi o sentido de voto neste chumbo? O PS e BE votaram CONTRA! O Livre e o PCP abstiveram-se… O PSD, o Chega, a Iniciativa Liberal e o PAN votaram favoravelmente!
Curioso, não é? E de que constava ao certo este Projeto de Resolução?
De uma recomendação para a devida inclusão de “aspetos elementares de literacia financeira no currículo escolar do ensino básico de forma a que todos os alunos estejam expostos aos mesmos independentemente das escolhas vocacionais que façam no ensino secundário” e ainda “incluir explicitamente a literacia financeira nas áreas de competências do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória“.
A literacia financeira é cada vez mais essencial para enfrentar os desafios financeiros do dia-a-dia. Por exemplo, há quem seja licenciado… aluno extraordinário até… mas que pode não saber como planificar um orçamento, investir, ou até poupar (o que graças à governação socialista dos últimos anos, é uma coisa cada vez mais utópica).
Esta falta de conhecimentos pode levar a uma série de decisões que podem colocar em causa o seu futuro…e até o seu sentido de voto numas eleições!
O Standard & Poor’s Ratings Services Global Financial Literacy Survey identifica que a Europa é o lugar do mundo com mais amplas diferenças a este nível e claro, com Portugal a ocupar das piores posições (e a pior ao nível da Europa ocidental). Este é um problema que para ser solucionado é necessário tempo, e acima de tudo, é necessário investimento por parte do Estado. Por isso, não se compreendeu a razão deste “chumbo”. Ou melhor… talvez se perceba quando se pretende manter o eleitorado na ignorância…certo? Ora vejam lá quem votou contra…PS e BE!!!
O Bloco de Esquerda, por exemplo, teve nas suas fileiras um “bom investidor”. Ricardo Robles, diz-vos alguma coisa? Pois… O antigo vereador da Educação e dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, tentou vender por 5,7 milhões de euros um prédio que reabilitou, logo após o ter adquirido num leilão da Segurança Social por 347 mil euros! Mesmo que não consigamos fazer negócios brilhantes como Robles, podemos sempre aprender a gerir o dinheiro de uma forma melhor.
Também Pedro Nuno Santos podia ter beneficiado muito de umas aulas sobre literacia financeira… Não nos podemos esquecer que foi ele que aprovou uma indemnização de 500 mil euros a uma ex-administradora da TAP por WhatsApp ou que desconhece o valor do salário mínimo nacional! E é economista (pasme-se)!
Investir na educação financeira é investir no futuro. É construir um caminho para uma sociedade financeiramente mais equitativa, segura e próspera… mas também para a ajudar a esclarecer como funciona a economia política e que, por exemplo, quando se dá um subsídio de “10” e se tiram mais “100” em impostos (como foram situações recorrentes no último governo socialista), tentam passar a ilusão de que estão a dar alguma coisa quando na verdade nos estão é a tirar! Tiram-nos “um porco” para depois nos darem uma “salsicha”!
Compreendem agora porque PS e BE votaram contra? Porque enquanto houver iliteracia financeira, mais facilmente conseguem iludir os seus votantes, com contas “impossíveis”… E vai daí, toca a proporem antes nas escolas, educação sobre (por exemplo) ideologia de gênero e não sobre literacia financeira…
Esperemos que, agora, o futuro próximo mude esta “estranha” forma de ver as coisas…
Nuno Duarte M. Figuinha