A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa assinou, na passada segunda-feira, 28 de outubro, um protocolo com o Ministério do Ambiente e Energia, através do Fundo Ambiental, para o apoio à implementação de projetos de recolha seletiva de biorresíduos.
Inserido no Programa RecolhaBio, o investimento tem como objetivo financiar projetos e iniciativas que incidam no aumento da capacidade dos Municípios, para se promover a recolha seletiva e a reciclagem de biorresíduos na origem, incluindo a sensibilização da comunidade para práticas mais conscientes.
Este protocolo, com financiamento referente a 2024, visa dar continuidade aos anteriores acordos do Programa RecolhaBio, que já tinham sido estabelecidos em 2022 e 2023.
O protocolo foi assinado com 23 Comunidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas, e envolveu um investimento global de 27 milhões de euros.
O Vice-Presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa e Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Ricardo Aires, representou a Comunidade na cerimónia.
Recolha seletiva de biorresíduos em Castelo Branco
Em Castelo Branco, os Serviços Municipalizados (SMCB) implementaram o Projeto RecolhaBio tanto a nível doméstico, com condições de separação e reciclagem na origem dos biorresíduos, quanto comunitário, com a recolha selectiva e posterior transporte para instalações de reciclagem.
Recentemente, os SMCB começaram a recolha porta-a-porta na Quinta do Socorro e por proximidade na Granja Park, direccionada para clientes domésticos. Através do serviço gratuito de recolha, os SCMB procuram desviar do aterro sanitário os resíduos alimentares que podem ser valorizados, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a economia circular do concelho.
Segundo revelou Leopoldo Rodrigues, a 12 de setembro, o município paga 53 euros por tonelada de resíduo comum destinado ao aterro tratado pela Valnor. “Neste momento, os municípios associados à Valnor deveriam estar a pagar 80 e poucos euros, entretanto somam uma dívida de cerca de 12 milhões de euros, devido ao custo da operação, que ultrapassa o valor pago pelo serviço atualmente”, concluiu.
Para diminuir o impacto do alto custo do tratamento dos resíduos nas contas coletivas, do município e dos SMCB, e nas individuais, como a fatura da água dos cidadãos, uma das estratégias implementadas em Castelo Branco é o reaproveitamento dos biorresíduos para a produção de composto orgânico.
Os projetos que visam o tratamento na origem dos biorresíduos, ou que promovam a operacionalização da recolha seletiva dos biorresíduos para tratamento em unidades industriais, no caso de Castelo Branco na Valnor, são exigidos legalmente pelo Regime Geral de Gestão de Resíduos desde 1 de janeiro de 2024.
O composto orgânico de qualidade produzido pode ser utilizado nas hortas e jardins urbanos, como nutrientes para as plantas, mas também na produção de energia através da produção de biogás.