Uma cidade, para ser venturosa, necessita de atenção constante. Preocupação, dedicação, interesse, sendo, para isso, aliás, que há eleições autárquicas de vez em quando.
Algumas senhoras, melhor dirão seguramente que, como qualquer mulher, para ser feliz uma cidade carece de devoção.
Já foi em setembro de 2021, vai para quatro anos, que o teto da pista de patinagem do Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB) – diga-se que instalada por obstinação de um Senhor chamado Joaquim Morão Lopes Dias, num concelho onde “abundam” os patinadores – não resistiu a uma trovoada que se abateu ao final de uma tarde sobre a cidade.
Não chegou a ser um ciclone, nem sequer um tornado – o que teria dado seguramente mais glamour ao evento – pois tratou-se de uma simples trovoada com ventos mais fortes do que o costume, mas, facto, foi que grande parte do teto da pista de patinagem caiu devido às condições climatéricas.
No local, até se encontravam algumas pessoas a abrigarem-se da chuva, que, apesar de não se terem livrado de um valente susto, felizmente nenhuma sofreu ferimentos com a saraivada de painéis.
Caíam grossas pingas lá fora e pesados painéis do lado de dentro!
Uma experiência inolvidável, mas, até aí, nada de inusual, pois trabalhos mal concebidos e projetos defeituosos, há-os infelizmente um pouco por todo o lado. Estranho é que, passados quase quatro anos, nada se saiba, em primeiro lugar, de quem foi a culpa pelo sucedido.
Estava o teto mal projetado e os engenheiros responsáveis já foram chamados à liça para se responsabilizarem pelo sucedido e acionarem os seguros de responsabilidade civil?
Foi um problema do construtor, que deu ao pessoal parafusos mais finos do que o previsto porque os encontrou em saldo numa grande superfície, “leve dois e pague um”?
Ou o pessoal, por ser mal pago e estar de greve de zelo por “ordem” do delegado sindical, não os apertou em condições?
“Até ao meio, chega!” – terá dito o outro.
Sobre isso, nada se sabe!
Assim como não se sabe por que o atual executivo municipal – socialista – ainda não mandou fazer um projeto e lançou um concurso para resolver o problema, apesar “da coisa” ter de dar nas vistas a todos os que nos visitam, não ficasse “aquilo” no centro da cidade, mesmo que um bocadinho escondido por causa da loja do cidadão.
Verdadeiramente inaudito, passado este tempo todo, é continuar tudo igual, sem ter sido feito qualquer trabalho de reposição do teto da pista, ou porventura melhor, sem se ter procedido à remodelação de todo aquele espaço, colocando-o novamente à disposição dos albicastrenses, como aliás eles bem merecem.
O povo diz há muito que “Deus dá nozes a quem não tem dentes”, os albicastrenses, esses dizem, que às vezes “o povo dá o poder, a quem não tem unhas para tocar viola”!
Se o PS não é capaz, valha-nos o PSD!