Ao iniciarmos um novo ano contactamos familiares, amigos, colegas de trabalho e conhecidos para endereçarmos votos que, normalmente, se encontram relacionados com a saúde, a paz no mundo ou com sucessos pessoais e profissionais. Da minha parte, costumo colocar a saúde como o mais importante de todos.
Sem colocar em causa a importância da saúde, lembrei-me de uma história, que ouvia frequentemente, que brinca com esta temática. O contexto era o de um pai que, terminado o 2º período letivo do seu filho, perguntou que notas é que ele tinha obtido. O filho, consciente dos maus resultados da sua lastimosa prestação na escola, respondeu apenas: “O que é preciso é ter saúde!!!!”.
Sobre as questões e o estado da Saúde muito tínhamos a dizer, mas por agora vem isto a propósito de criar uma similitude com a realidade local e para efetuar um balanço da gestão autárquica do Município de Castelo Branco sob a liderança de Leopoldo Rodrigues.
E o que temos não é nada animador!!!
Tivemos um ano de 2023 em linha com o ano de 2022, ou seja, com uma má execução da atividade prevista e prometida, sem concretizações e sem rumo.
Veja-se o investimento nas Freguesias. Dos 35 projetos previstos no Orçamento Municipal de 2023, 26 projetos ficaram a “zeros”, ou seja, 75% dos projetos não tiveram qualquer execução.
E à medida que o mandato vai decorrendo, constata-se e evidencia-se que as poucas obras que recorrentemente este Executivo vem anunciando, a sua maioria não vai sequer ser concretizada durante o mandato.
Refiro o exemplo da Escola de Chef’s, prometida em novembro de 2021 e que, na melhor das hipóteses, só vai estar concluída em maio de 2026! Para além de não se saber muito bem o que vai ser, já foi renomeada como Centro de Estudos Gastronómicos ou Culinários.
E a gestão do dossier dos Apoios ao Associativismo? Uma revoltante incompetência.
O que temos perspetivado para 2024 também não nos traz grande alento!
O Orçamento Municipal para 2024 volta a evidenciar a ideia de muita despesa e pouca obra.
Assistimos à pretensão de aumentar significativamente o mapa de pessoal (232 novos postos de trabalho) que deriva da necessidade criada por este Executivo ao reorganizar os serviços municipais duplicando o número de chefias.
Além disso, o que temos no documento aprovado recentemente é a contenção artificial das despesas de bens e serviços, a esperar ansiosamente por uma revisão orçamental para aumentar essas mesmas despesas.
Por outro lado, os projetos mais relevantes do ano têm apenas 30% da dotação em 2024, ou seja, continua-se a adiar a concretização dos projetos.
Aliada à falta de capacidade de concretizar, temos uma falta de rumo que nos deve deixar apreensivos. Senão veja-se: projetos que já tinham sido integrados em orçamentos anteriores por este mesmo Executivo desapareceram misteriosamente (por exemplo, o Centro de Interpretação do Queijo de Alcains, o Parque de Estacionamento de Pesados na Zona Industrial de Castelo Branco ou a Zona de Lazer na Barragem de Sta. Águeda).
E temos também aquelas promessas eleitorais eternamente a aguardar por alguma novidade, como a Ecopista Cebolais de Cima – Alcains.
O que temos é uma liderança sem qualquer estratégia, sem rumo e a perder relevância no contexto regional (assistimos de bancada aos investimentos importantes que acontecem noutros concelhos). Uma liderança mais preocupada com a propaganda, eventos e inaugurações….
E, perante este cenário, quando se questiona sobre esta realidade, temos cada vez menos respostas. Ou temos vitimização, a destempo.
Reportando-me à história do início, ao ser questionado sobre os “resultados” obtidos durante este mandato autárquico e quais as respostas aos problemas que o concelho enfrenta, parecem que cada vez mais nos arriscamos a obter deste Executivo a resposta que o filho deu ao seu pai: É preciso é ter saúde!!!
E de um eleito local, exige-se mais, certo?
Feliz Ano Novo.
Castelo Branco está a retroceder se não mudaram.