CÂMARA MUNICIPAL – TRANSPARÊNCIA NA GAVETA…

A Câmara Municipal de Castelo Branco, durante o passado ano de 2023, abriu concurso para 13 cargos de chefia, 3 diretores de departamento e 10 (10!!!!!!!!!!!), chefes de divisão. Os processos decorreram com as normas definidas, ou seja, iniciou-se pela avaliação curricular dos concorrentes (com a ponderação de 30%) e depois com as respectivas entrevistas (restantes 70%). Até aqui, mais ou menos tudo bem. Continuando com os procedimentos, os júris, na sua maior parte, entregaram os seus relatórios durante o mês de Dezembro. Um ou outro no principio de Janeiro.

De seguida, e aqui a coisa começa a parecer uma receita de cozinha, os resultados foram colocados em “molho de escabeche”, para passados dois meses (sim 2), terem sido anunciados. Foi a 20 de Fevereiro. Depois deu lugar a respectiva tomada de posse dos mesmos, e aqui começaram as confusões, tendo-se assistido à sui generis recusa, da tomada de posse por parte de um director de departamento. A “caldeirada” não termina aqui. Eu disse que foram publicados todos os resultados?

Desculpem, enganei-me. Há uma divisão que, continua em “vinha de alhos”. A Divisão de Museus e Cultura, ou seja, sem a divulgação de resultados e respectiva posse do novo chefe. Inquirido recentemente numa sessão de câmara, sobre a razão de tal acontecer, o sr presidente da camara municipal, respondeu que o júri não entregou ainda o respectivo relatório. Fraco o líder que permite que tal aconteça (aliás porque na ausência de indicação de prazos na lei, deve aplicar-se os 10 dias do Código de Procedimento Administrativo).

Mas será que esta é a verdadeira razão? Passemos ao que por aí se diz.

“Consta” por aí, que os resultados estão em cima da secretária do referido líder desde Dezembro. Como os outros relatórios.

“Consta” por aí, que os resultados do relatório não agradaram a diversos lideres da paróquia.

“Consta” por aí, que ao contrário de outros concursos, neste, foi o mérito que foi avaliado e não outros parâmetros (aqui cada um que imagine do que falo).

“Consta” por aí, que o referido relatório já foi visto por diversas pessoas.

“Consta” por aí, que os dois primeiros classificados, têm uma coloração muito longe do “rosa”.

“Consta” por aí, que o dito líder tem sido fortemente pressionado para dar posse à candidata que ficou em terceiro. Ou esta ou nada.

“Consta” por aí, que que o líder pôs a “marinar” o resultado deste concurso, na esperança que os resultados das eleições de 10 de Março, lhe resolvessem este imbróglio (mais um socialista a querer perder as eleições, bolas que parece que pegou moda), e que o 1º colocado fosse para outras paragens, mais lá para São Bento.

“Consta” por aí, que o líder anda danadinho para que o concurso “esturrique”, inventar uma justificação para anular este, abrir outro, e desta vez escolher a dedo o júri, com total transparência, claro.

“Consta” por aí, “Consta” por aí, “Consta” por aí, “Consta” por aí.

É a transparência que mais parece uma noite escura de trovoada. São os dias negros da actividade autárquica albicastrense e, em consequência, dos albicastrenses e de todo um concelho.

Nota final: Será que quando este artigo for publicado, um determinado autointitulado “assessor” da cultura (que nunca foi nomeado oficialmente), já desdisse a sua demissão pela quinquagésima sétima vez? A ver vamos.

5 comentários

  1. Se inventar uma desculpa para anular o concurso,
    Faz o fez no procedimento de Diretor de departamento de administração geral!
    Nomeia uma afilhada em regime de substituição !!!

  2. Vivemos num regime autocrático pintado com as ” cores” da democracia. É o tal regime menos mau, onde proliferam candidatos a pequenos oligarcas. Vivemos num regime ajeitado a novos ricos e a grupos de interesses. Vivemos decadência. Vivemos num charco de desonestidade intelectual que nos coloca numa tremenda baixa cultural. Lamentável: passa na maioria das autarquias; na Administração Central do Estado; em muitos Estados Europeus, num continente desgastado por desonestos, incompetentes, delinquentes e perversos…. Como aqui em Espanha com um governo que atropela a Constituição sem que ninguém dê um murro sobre a mesa para dizer basta.e onde o Chefe de Estado não pode actuar por inerência de uma Constituição mal redactada.

  3. Infelizmente este padrão é trasversal à sociedade portuguesa ganhando maior visibilidade nos meios mais pequenos e acentuando – se quando os partidos estão há mais tempo no poder … Fenómeno deste nosso querido Portugal dos pequeninos em que parte do nosso sub consciente permanece ainda na idade média…

  4. Assim é! Assim se constata! Por razões de natureza sociologica, que não juridico-humana, será difícil desmoronar o castelo instalado do poder. As escolhas são imorais! As instituições são escandalosas!!! Siga em frente, meu caro.

  5. A incompetência e a obscuridão desta gente já não é disfarsável… Está à vista de todos.

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