AS TREVAS DO “(SUPOSTO) JORNALISMO”..?

Já todos começamos a estar a modos que “habituados”, digamos assim, a que grande parte dos media se inclinem sempre mais “à esquerda”… Não devia ser assim, claramente não devia! O verdadeiro jornalismo deve e deveria ser SEMPRE isento! Mas infelizmente, a toda a hora, assistimos a situações no mínimo dúbias ou que só mostram um dos lados da história.

Seja a nível nacional ou internacional! Por exemplo, nos E.U.A. Donald Trump é alvo de um atentado…e que imagem tentam alguns passar? De que teria sido encenado… Sem comentários possíveis… Mas à “esquerda”, Kamala Harris, que veio substituir o já débil Biden, logo num dos seus primeiros discursos diz: – “- que quando investirmos em energia limpa, veículos elétricos e (PASMEM-SE) reduzir população, mais das nossas crianças poderão respirar ar puro e beber água limpa!” – Sim… ela disse isso… em direto e há vídeo a provar. Alguém viu isso nas notícias??? Claro que não…mas…imaginem se tivesse sido Trump a dizer uma calinada dessas! Teria direito a abertura de telejornais certamente! Como se não bastasse, pouco depois disse EM DIRETO que os E.U.A. partilham uma importante e forte aliança com a Coreia DO NORTE! Ora…quando Biden confundia Zelensky com Putin, diziam que a culpa era da idade avançada…e agora com Kamala Harris? Pois…

Mas mudando de assunto, Francisco Pedro Balsemão, é o CEO da Impresa, outrora grupo de media que trabalhava para o (e tinha foco no) bem dos leitores e telespectadores. Com esse antigo serviço, credível, as empresas publicitavam alegremente os seus produtos nas ‘plataformas’ da Impresa e como era algo apetecível, e não havia espaço para todos, pagava-se bem para anunciar. Ganhavam então todos! Mas isso é coisa do passado. As supostas “notícias” e conteúdos comunicacionais, descredibilizaram-se, e já nem se consegue distinguir o jornalismo da promoção e do marketing empresarial e político, sempre virado para a “esquerda” das ideias, claro, bastava ver o “painel” de “comentadores” quando foi altura de eleições e debates…e como as audiências por tudo isto descambaram e a 24 de julho o grupo Impresa anunciou um resultado líquido de -4 M €!!! Assim sendo, nem sequer deveria surpreender muito que na apresentação de mais um resultado semestral desastroso de – 4 milhões de euros de prejuízo, sobretudo pelo agravamento do serviço da dívida por via do endividamento completamente absurdo, Pedro Balsemão continue alegremente a dizer que “vamos continuar a trazer mais valor para anunciantes e agências, reforçando a nossa posição enquanto grupo de media português com mais investimento publicitário”.

Nem uma palavra para os leitores e telespectadores. Nem uma palavra para o jornalismo. Nada. A Impresa hoje só quer dar “mais valor” aos anunciantes, apresentando cada vez menor qualidade nas ‘plataformas’, e às agências (deduzo que também de comunicação), que querem passar comunicação empresarial/política como se fossem notícias. Enfim…

Mas porque por toda a comunicação social parece andar uma certa dose de “dificuldade noticiosa” digamos assim (afinal, desde que mudou o Governo, parece que já não há cá espécies de press-releases para copiar, como aparentou acontecer nos últimos anos), também a TVI, mais de um ano depois da polémica que gerou uma onda de contestação, sobretudo no mercado regulado das criptomoedas, a ERC (regulador dos media) tornou público um ‘puxão de orelhas’ à TVI por ter transmitido uma reportagem da jornalista Conceição Queiroz (a tal que demonstrou o quão “isenta” consegue ser, ao ser vista numa manif a acompanhar Mamadou Ba, o “ativista” conhecido pela expressão “a bosta da bófia”) sobre um suposto ‘jovem milionário’ português a residir no Dubai. Em causa está uma longa peça televisiva transmitida no dia 21 de Junho de 2023, em horário nobre, a promover os negócios de Renato Duarte Junior, apresentado como “o milionário improvável’ por via da sua ‘empresa de investimentos’, dbl.pt. Na sequência de várias queixas, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social deixa agora fortes críticas à TVI por não ter sequer confirmado o perfil e legalidade das actividades do ‘jovem milionário’ e por ter apenas promovido um (alegado) estilo de vida luxuoso, susceptível de ludibriar os telespectadores mais ingénuos e sem literacia financeira. A ERC instou ainda a TVI a acrescentar um aviso na reportagem, no seu site, algo que ainda não sucedeu. Aliás, parece que a TVI nem se dignou a responder a um ofício da ERC em Julho de 2023 para justificar este trabalho jornalístico. Subsistem ainda dúvidas sobre se a TVI recebeu contrapartidas financeiras para emitir a reportagem e se a jornalista e outros colaboradores da estação beneficiaram de viagens e estadia pagas pelo ‘jovem milionário’ ou pela sua suposta empresa. A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista nunca se pronunciou sobre este assunto… Curioso…

Ou seja, numa deliberação aprovada a 29 de Maio, mas só recentemente tornada pública, a ERC deixa fortes críticas à TVI por não ter confirmado as afirmações do ‘jovem’ e pela “falta de rigor informativo”. Vários reguladores emitiram, na altura, alertas na sequência da reportagem.  O Banco de Portugal emitiu um aviso aos investidores de que a empresa mencionada na reportagem e o suposto milionário não estavam autorizados a exercer qualquer actividade financeira em Portugal. A Federação Portuguesa das Associações da Cripto Economia  também deixou um alerta. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários avisou que a suposta empresa dbl.pt não estava autorizada a operar em Portugal .

Concluindo, para a ERC, “a peça não cumpre o dever de identificação de fontes relativamente a diversas informações” e considerou que “não foi cumprido o dever de rigor informativo inerente à prática jornalística e exigível aos órgãos de comunicação social”, pois a peça “apresenta diversas informações falsas, com o propósito de enganar os telespectadores e incentivá-los a investir neste esquema fraudulento”, tais como “as garantias de retorno de 40% ao ano” e os “ganhos de 18 mil euros por segundo, que (…) representariam cerca de 567 mil milhões de euros por ano, mais do que os lucros combinados da Apple, Google, Microsoft, Amazon, Tesla, Nvidia, Intel, Netflix e Disney, e aproximadamente o dobro do PIB de Portugal”. Concluindo porque o artigo já vai extenso e muito haveria mais a dizer (fica para um próximo), a credibilidade noticiosa anda claramente a vaguear pelas trevas…

Nuno Duarte M. Figuinha

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