Cerca de 25 bicicletas elétricas estão disponíveis nesta primeira fase para cidadãos e visitantes deslocarem-se por Castelo Branco em um meio de transporte sustentável. O uso das bicicletas é feito a partir da aplicação Binas e será gratuito nos primeiros seis meses de teste, concretizando a aposta do município na mobilidade com o arranque de mais uma etapa do projeto no concelho.
As bicicletas elétricas podem ser retiradas em nove docas de estacionamento próximas a locais turísticos, sendo uma destas em Alcains. “São pontos localizados sobretudo em zonas que têm alguma fruição cultural e turística e, portanto, é também uma oportunidade para albicastrenses, mas também para os turistas poderem conhecer a nossa cidade de uma forma ciclável”, assegura Hélder Henriques, vice-presidente da câmara.
Para fazer o uso das bicicletas é necessário acessar a aplicação Binas, escanear o QR Code, retirar a bicicleta e devolvê-la em uma das estações: Largo de São João, Praça Camões, Jardim das Laranjeiras, Centro Cívico, Largo Melvin Jones, Parque do Barrocal, Zona de Lazer das Piscinas Municipais e Centro Coordenador de Transportes. Em Alcains, há também uma doca no Largo de Santo António.
A Câmara Municipal de Castelo Branco garante a gratuidade do serviço de bicicletas elétricas nos primeiros seis meses, período em que o projeto piloto será testado. “Vamos experimentar nos primeiros meses, ver como é que a coisa resulta”, afirma Hélder Henriques. Posteriormente, será cobrado um valor de 50 céntimos pelos primeiros 30 minutos de uso das bicicletas elétricas, acrescendo cinco céntimos a cada minuto, a fim de que “haja aqui a rotatividade, para que as bicicletas não estejam com uma mesma pessoa por muito tempo”, alerta o vice-presidente ao desafio que têm pela frente.
Do total de 40 bicicletas elétricas adquiridas pelo município, apenas 25 estão disponíveis nesta primeira fase, sendo que quatro bicicletas elétricas estão na doca de Alcains. A execução do projeto será gradual, tendo em vista a preocupação com a correta utilização e preservação do património público. Hélder Henriques faz um apelo “à responsabilidade e à cidadania”, destacando a necessidade de “preservar aquilo que no fundo é de todos, que não é da câmara, nem de A, ou B, ou C, é de todos nós, de todos os cidadãos que contribuem para que seja possível que estas bicicletas hoje aqui estejam”.
A estudante Matilde Ferreira, de 15 anos, voltava a pé da escola com os colegas quando reparou nas bicicletas elétricas. A ideia despertou o interesse da jovem, que reconheceu na iniciativa a oportunidade de “andar pela cidade de uma maneira mais rápida”.
Para a execução do projeto das Binas, foi necessário cerca de 300 mil euros de investimento da autarquia, além do desenvolvimento do sistema feito pelos engenheiros da Câmara Municipal. Sérgio Bispo, da Divisão do Ambiente, Alterações Climáticas e Qualidade de Vida, conta que o sector ficou a cargo de promover o concurso público e definir “onde ficam as bicicletas, quantos lugares de estacionamento, quantas bicicletas vão ser adquiridas, se serão convencionais ou elétricas”.
A manutenção corrente, preventiva e também corretiva das bicicletas e das estações será feita por uma empresa contratada pelo município, assim como o balanceamento entre as estações. O engenheiro Sérgio Bispo explica: “Essa empresa irá garantir o equilíbrio entre as estações, de forma a que todas elas tenham lugares de reserva para poderem ser parqueadas as bicicletas”. As bicicletas serão também monitoradas em tempo real pela divisão.
“As bicicletas fazem parte de projeto maior que está em permanente construção, um documento que aponta essencialmente para aquilo que pretendemos para o futuro a respeito da mobilidade em Castelo Branco”, ressalta o vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Hélder Henriques no dia de inauguração. A mobilidade ciclável é uma das apostas do município, que, segundo o vice-presidente, confirma a promessa feita em campanha eleitoral.
Entretanto, o engenheiro Sérgio Bispo recorda que o incentivo à prática da atividade em bicicleta foi dirigida à Divisão do Ambiente, Alterações Climáticas e Qualidade de Vida após a elaboração de um plano de mobilidade sustentável, feito pela Câmara Municipal de Castelo Branco em conjunto com o Instituto Politécnico de Castelo Branco entre 2008 e 2010. Os estudos apontaram a vantagem da orografia do concelho, com declives pouco acentuados, sendo que as bicicletas elétricas “dão um forte auxílio nas vias que tiverem um declive um pouco mais elevado”, afirma o engenheiro.
A mobilidade é um factor estruturante para o vice-presidente, Hélder Henriques: “Pensar em Castelo Branco, ao meu ver, é impossível, sem pensar a mobilidade”. Nesse sentido, destacou outras ações da Câmara Municipal Castelo Branco, como o programa de apoio à aquisição de bicicletas convencionais e elétricas. “Todos podem candidatar-se, cumprindo aquilo que é o regulamento, vamos também apostar em mais estações para as bicicletas, que são efetivamente adquiridas por via desse programa, mais estações também para as pessoas poderem colocar as suas bicicletas e fomentar mais a mobilidade em Castelo Branco”.
O transporte flexível e a redução nos valores do transporte público também foram referidos pelo presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, “a Câmara Municipal de Castelo Branco, durante o último mandato, fez um forte investimento, desde o transporte gratuito para as pessoas com 65 ou mais anos de idade até à redução muito significativa, seja no espaço urbano, seja no espaço da concelhia”.
Compreendendo que se trata da criação de novos hábitos, o presidente da autarquia compromete-se em avançar com a proposta vinda de associações ligadas ao ciclismo de promover a educação e a formação nesta área. Leopoldo assume que “já houve aqui algumas tentativas de levar isso por diante” e que insistirá na ideia, pois acredita ser “interessante que os mais novos sejam educados naquilo que é o cumprimento das regras de trânsito e naquilo que é também a utilização da bicicleta enquanto meio de transporte suave”.