Agricultores exigem medidas do Governo para minimizar prejuízos e “pressão do mercado”

“As condições climatéricas adversas provocaram uma quebra acentuada na produção de cereja e pêssego”, segundo a análise da direção da Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco (ADACB). Este é o terceiro ano consecutivo que os agricultores enfrentam quebra de produção, agravando a situação que se soma a negociações a preços baixos e dificuldades no escoamento dos produtos.

A associação relata haver uma “forte pressão” dos hipermercados, avaliada como uma “posição prepotente e hegemónica”, que força a redução do preço pago à produção nacional ao promover importações. Ainda em comunicado, a ADACB acusa as empresas de retalho de especular o preço dos produtos nas prateleiras e de fazer dos agricultores “o elo mais fraco da cadeia agro-alimentar”.

As dificuldades dos agricultores de Castelo Branco passam pela produção, pelo escoamento e pela venda. Por isso, a ADACB exige a intervenção do Governo para regular o mercado e os preços de energia e combustíveis, além de fertilizantes, fitofármacos, sementes e alimentação animal e aumentar os descontos no gasóleo e na eletricidade verde, por meio de nota de imprensa divulgada no dia 10 de maio.

“Para a ADACB é urgente que o novo Governo intervenha para garantir o escoamento a preços justos para os agricultores, com a aplicação de uma Lei que proíba pagar aos produtores abaixo dos seus custos de produção e com a regulação e fiscalização da atividade da grande distribuição”,

defendeu a associação em 4 de abril, logo após a tomada de posse do novo Governo de Portugal.

Outras medidas concretas de regulação do mercado foram exigidas pela ADACB para garantir “preços compensadores à produção, com a aplicação de uma Lei que proíba pagar aos agricultores abaixo do preço dos custos de produção”.

A “regulação e fiscalização da atividade das grandes distribuidoras” é outra bandeira da associação, em tentativa de acabar com a pressão hegemónica dos hipermercados. A “limitação e controlo das importações desenfreadas e desnecessárias”, que provocam a queda nos preços dos produtos nacionais, também foi mencionada como exigência pela ADACB.

Como proposta que visa dinamizar “os circuitos curtos agro-alimentares,  como os mercados locais e o abastecimento das cantinas”, a associação propõe a implementação de um programa de compras públicas de produtos locais e da agricultura familiar.

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