A função autárquica: um exemplo prático

Na teoria as autarquias locais deveriam ser pessoas coletivas territoriais, dotadas de órgãos representativos, visando a prossecução dos interesses próprios das suas populações. 

Os autarcas, depois, deviam ser quem vestisse a camisola de dar cumprimento ao referido desígnio. No entanto, quanto mais tempo passa e mais olho ao redor, mais dúvidas me surgem.

Não sei se a vocês também acontece o mesmo, ficarem com a sensação de que alguns eleitos locais, das duas uma, ou não sabem, ou não querem saber de gerir adequadamente os respetivos espaços territoriais e pugnar pelos interesses legítimos dos seus eleitores.

Para além da situação da cobertura da pista de patinagem de que já aqui falei, que espera há vários anos – demasiados – que alguém da câmara lhe deite a mão, trago-vos hoje aqui outra situação, aparentemente demonstrativa sobre a forma como o atual executivo se preocupa com o concelho.

Já precisava há alguns anos e foi finalmente feita a requalificação da estrada de ligação aos Maxiais. 

Até aí tudo bem!

O problema tem a ver com a sinalização vertical colocada pelo empreiteiro, que me parece pouco mais do que um paradoxo.

A singularidade é tanta, que, das duas uma, ou o engenheiro se enganou no projeto, ou o mestre de obras que mandou colocar os sinais não reparou que tinha o desenho ao contrário e aquilo ficou um bocado baralhado.

Em primeiro lugar, em vez da via principal ser a ligação de Castelo Branco aos Maxiais – onde ainda vivem umas centenas de pessoas – está ao contrário. A antiga estrada que servia de ligação a Lisboa e que está desativada há vários anos, é que ficou marcada como via principal, o que significa na prática que, quem vive nos Maxiais e queira voltar a casa, passou a estar obrigado a fazer um stop 70 metros depois de sair do IP2. 

Depois, quem vem dos Maxiais para Castelo Branco, tendo logo a seguir à ponte do lado direito um acesso local sem saída, caso queira fazer a mudança de direção no eixo da via – como aliás mandam as regras – fica literalmente sem saber se o sinal de stop colocado no eixo do cruzamento, é para ele, para quem vem da direita ou para os dois.

Depois, se formos para o lado dos armazéns ainda na estrada velha, há mais algumas pérolas: saídas particulares para a via pública assinaladas com stop, outras como entroncamentos.

Não é nada de particularmente grave, é certo, depois, à custa de quem vive nos Maxiais e ande normalmente atrasado ou vá com o sono por trabalhar muito ou dormir pouco, mais tarde ou mais cedo a Brigada de Trânsito sempre lhe irá conseguir cobrar uns euros em multas por não fazerem adequadamente o stop à saída do IP2.

Isso não torna é aceitável que ninguém na Câmara tenha olhado “com olhos de ver” para o projeto de requalificação da estrada, no sentido de assegurar que a via prioritária fosse a de ligação dos Maxiais a Castelo Branco, depois, que não tivesse um adequado acompanhamento dos trabalhos para que os sinais tivessem todos ficado devidamente colocados.

Os nossos autarcas foram eleitos para quê? Para andar a discutir uns com os outros e fazerem poses para os jornais ou para se preocuparem com este tipo de situações?

Portanto e em resumo, conselhos de amigo!

Nas próximas autárquicas, pense bem em quem vai votar.

Entretanto, se estiver aborrecido em casa e quiser distrair-se um pouco, vá até ao cruzamento do IP2 para os Maxiais, pois seguramente que se vai distrair com a sinalização vertical mandada colocar pela Câmara  na sequência da requalificação da estrada.

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